Monday, June 26, 2006

15. Descartes e a metáfora da árvore

Descartes é um autor que podemos somar àqueles que desenvolveram o lado sistemático da Filosofia. Talvez se deva dizer dele um pouco mais; além de sistemático, Descartes era um fundacionalista. Ele gostava de metáforas de árvores, edifícios, reformas, fundações (veja a segunda parte do Discurso do Método, por exemplo). O trecho a seguir está nos “Princípios de Filosofia”.
“Ora, viver sem filosofar equivale, verdadeiramente, a ter os olhos fechados, sem nunca procurar abri-los e o prazer de ver todas as coisas que a nossa vista alcança não se compara à satisfação que confere o conhecimento do que se encontra pela filosofia; e enfim, que este estudo é mais necessário para regrar os costumes, e conduzir-nos na vida, do que o uso dos olhos para nos guiar os passos. Os brutos animais que apenas possuem o corpo para conservar, ocupam-se, continuamente, com procurar alimentá-lo; mas os homens, cuja parte principal é o espírito, deveriam primacialmente empregar o tempo na pesquisa da sabedoria, o seu verdadeiro alimento. (...)
Assim toda a filosofia é como uma árvore, cujas raízes são formadas pela metafísica, o tronco pela física e os ramos que saem deste tronco, constituem todas as outras ciências que, ao cabo se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral (...). (Princípios de Filosofia.)

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