22. A definição de Wilfrid Sellars
"O objetivo da filosofia, formulado abstratamente, é compreender como as coisas, no mais amplo sentido do termo, se vinculam (hang together) no mais amplo sentido possível da expressão. Sob “coisas no mais amplo sentido possível” eu incluo itens tão radicalmente diferentes que não apenas “repolhos e reis”, mas números e deveres, possibilidades e estalar de dedos, experiência estética e morte. Obter sucesso na filosofia seria, para usar um dito contemporâneo, saber a quantas a gente anda (to know one’s way around) com respeito a todas essas coisas, não naquela forma não reflexiva na qual a centopéia da história sabia o que fazer antes de encarar a pergunta “como eu caminho?”, mas na forma refletida que significa que nenhuma fortaleza intelectual está livre de ataque."
(Wilfrid Sellars: “Philosophy and the Scientific Image of man”. In: Science, Perception and Reality. Ridgeview Publishing Company. Atascadero, California, 1991)
(Wilfrid Sellars: “Philosophy and the Scientific Image of man”. In: Science, Perception and Reality. Ridgeview Publishing Company. Atascadero, California, 1991)
posted by Ronai Rocha at 1:04 PM
2 Comments:
Que coisa!
Estaria a história da centopéia em algum lugar escondido na minha mente?
Digo isso porque, quando nas primeiras aulas no cursinho eu me vi forçada a trazer uma metáfora para explicar o que a filsofia é, em relação aos demais campos de conhecimento, eu trouxe para meus alunos a metáfora da centopéia bailarina...
E disse que poderíamos fazer uma analogia e pensar que a aitude filosófica consiste em tentar "ver como se faz mesmo isso", o que a centopéia pode fazer por si, ou pode ser feito por outro inseto (que no meu caso foi - tendenciosamente - uma aranha) curioso...
Agora me pergunto se a idéia não surgiu porque eu já tinha ouvido essa história (o que é o mais provável). O que não faz muita diferença, porque funcionou e eles parecem ter entendido.
Abraço Ronai!
Uma centopéia vivia feliz / Até que um dia um sapo lhe disse, a brincar:
Com tantos pés, nunca te enganas, meu petiz?
Cheia de dúvida de tanto pensar /Caiu distraída numa vala
Sem saber como marchar.
Sem dúvida, muitas ações humanas são deste tipo, ‘naturais’, mas muitas vezes ficamos desnorteados ao tentar explicar como as executamos, embora nós, um tanto diferentes da centopéia, possamos ao menos entender o pedido por explicações.
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